É mais um tesouro só possível graças às nossas queridas abelhas. A água-mel, que a tantos dos leitores e clientes da Quinta das Tílias faz lembrar a infância, é uma daquelas maravilhas serenas e suaves que pode ser usada em diferentes contextos.
Sabia que é a partir dos restos de mel que ficam na cera que se obtém a água-mel após fervura em água?
Isto é, a água-mel resulta do aproveitamento do mel restante nos favos após estes serem espremidos, uma técnica de extração que está associada à apicultura tradicional portuguesa, com os carismáticos cortiços.
Até há uma maneira para se saber se já está pronta ou não: deixa-se cair uma gota da água-mel na unha, se ficar redondinha considera-se que está pronta e pode retirar-se da fonte de calor. Simples.
A água-mel é versátil.
Suave, leve e adocicada, tem propriedades biológicas antimicrobianas, antivirais e antioxidantes. Ou seja, é uma aliada no tratamento de constipações chatas ou doenças nas vias respiratórias.
Mas a versatilidade desta nossa água-mel já vem lá de longe, de tempos idos. Os nossos antepassados já a usavam como alimento, seja para adocicar o leite ou o chá, seja na confeção de doces e bolos. Agora, claro, demos um salto na criatividade e arrojo, por isso as opções vão aumentando. A água-mel já vai sendo usada para molhar o pão ou para temperar saladas, algo que se está a ver sobretudo em França, dando-lhes um toque mais refinado. Há quem misture a água-mel nos cocktails.
Mas voltemos aos doces e bolos, que também suspiram pela água-mel. Há muitas ideias, e na cozinha uma das artes mais belas é inventar, mas deixamos aqui a receita do bolo de água-mel da Quinta das Tílias. Para degustar de tal iguaria, basta combinar uma chávena da nossa água-mel, uma chávena de açúcar, uma chávena de azeite ou óleo, duas chávenas de farinha com fermento, seis ovos, uma pitada de sal, uma raspa de limão e canela a gosto.
E bom proveito.