Já imaginou ser apicultor?
Dizem que acalma a alma e, claro, depois da calmaria vem o prémio: mel, o dourado ouro produzido pelas nossas amigas preferidas. Ora bem, mas há mais recompensas, pois claro, como compreender como funciona a sociedade complexa das abelhas e como transformam a matéria das flores em pequenas maravilhas que, como já vimos tantas vezes, são benéficas para os seres humanos.
Sabia que deve, seja apicultor ou um visitante curioso, vestir roupa com cores claras e leves quando visita apiários e colmeias? É que as cores escuras fazem soar os alarmes às abelhas, já que as associam aos seus predadores, como ursos, pássaros, texugos e outros. Bom, a farda do apicultor é branquinha, imaculada, inocente.
Desta vez, neste texto, vamos dar conta das principais tarefas do apicultor, que é como um canivete suíço. Ou seja, para além de alguém apaixonado pelas abelhas, é depois um pouco de tudo: senhorio, mediador, vigilante, chef de cozinha e médico. É que, apesar da sociedade das abelhas estar tão bem afinada, é necessário controlar alguns detalhes para a vida delas correr às mil maravilhas.
Por exemplo, no inverno, as abelhas reduzem a sua atividade. Não é que hibernem, pois têm de manter as coisas a rolar dentro de casa e, mais importante, garantir que a abelha-rainha está confortável e quentinha.
O que faz, durante este período, o apicultor?
Deve manter-se vigilante, atento e garantir que as suas abelhas têm o néctar suficiente para se alimentarem. Quando o inverno perder força, elas voltarão a ir buscar o seu alimento. É o que acontece sobretudo entre os meses de abril e junho, quando fazem uma mega coleta de néctar, passando de flor em flor, cumprindo a sua função de abelha operária. E vão acumulando esse alimento na colmeia.
O apicultor, durante a primavera, deve sobretudo certificar-se de que as colmeias estão saudáveis, assim como controlar se a rainha está a produzir ovos suficientes, que depois vão originar as abelhas operárias que vão recolher o néctar e produzir os produtos que tanto gostamos.
O apicultor deve também vigiar a colmeia durante todo o ano para detetar doenças, vírus, fungos ou ácaros parasitas, tratando as abelhas de acordo com as necessidades. É bom nunca esquecer que, e isto é o mais importante apesar de tudo, das abelhas depende a polinização de quase o mundo inteiro, de tantos e tantos alimentos que metemos em cima da mesa. O mel é só uma doce recompensa.
Há mais um pormenor importante para a labuta do apicultor: é fundamental verificar se há espaço suficiente na colmeia. É que, caso contrário, as abelhas vão dividir-se, criar uma nova rainha e deixar a colmeia para enxamear. E, já agora, se observar aquele amontoado de abelhas ruidoso pendurado em qualquer local, aquela bola de abelhas (que não ameaça as pessoas), mais vale chamar um apicultor do que um exterminador. A situação pode ser resolvida de uma maneira simpática para as nossas amigas abelhas. Combinado?
Depois desse trabalho todo de vigilância e de garantir o conforto das abelhas, dá-se a recolha do mel.
O apicultor usa um extrator de mel, acontece nos meses de verão. Deve ser deixado na colmeia algum mel, para as abelhas se alimentarem durante o inverno.
Não é maravilhoso o mundo das abelhas? Aproveite para conhecer apiários, olhar com curiosidade para as colmeias e para o trabalho das abelhas e dos apicultores, conheça melhor ainda o mundo das nossas queridas amigas. Não há nada como ver de perto, certo?