E se na ponta do ferrão estiver a resposta para vários problemas?
O dicionário insiste que “veneno” é qualquer substância que destrói ou altera as funções vitais. Algo tóxico, um vírus ou um germe de corrupção moral. E se não for bem assim? As abelhas continuam a dar-nos lições sobre a vida e a natureza, sobre o que andam a fazer por cá para melhorar o nosso dia-a-dia e as nossas sociedades. O veneno da abelha pode ser benéfico para a saúde e nós, na Quinta das Tílias, damos asas às nossas amigas e deixamos que cuidem da nossa pele.
O creme com veneno de abelha da Quinta das Tílias é um manto sensível que cuida da sua pele. A preciosa polinização de mais de 100 tipos de culturas – das amêndoas às maçãs passando pelo cacau e abóboras – não é a única tarefa das abelhas: o veneno dos seus ferrões tem uma acção antioxidante e anti-envelhecimento, revitalizando a pele e combatendo ferozmente as desavindas rugas.
Vamos a uma breve explicação sobre a substância encontrada no ferrão das abelhas? Pois bem, chama-se apitoxina e pode ser benéfica para quem sofre, por exemplo, de eczemas, inflamações cutâneas e dermatite atópica. E é, no fundo, a arma que as abelhas têm contra predadores. Segundo a “Healthline”, uma plataforma norte-americana que partilha conselhos de saúde e que tem quase 250 mil seguidores no Facebook, conta-nos que esse veneno contém compostos anti-inflamatórios e inflamatórios, incluindo enzimas, açúcares, minerais e aminoácidos. Mais: é usado para fins medicinais há “milhares de anos”.
De acordo com a revista científica “British Journal of Pharmacology”, aqui citada pelo portal brasileiro UOL, a melitina, uma proteína extraída do veneno desses insectos que vestem de amarelo e preto, “tem demonstrado suprimir a resposta imune que é responsável pela desconfortável condição da pele que afecta 1 em cada 5 crianças e 3% dos adultos em todo mundo”. Sobre a melitina, a “Healthline” escreve que se trata de um composto de 26 aminoácidos que compreende cerca de 50% do peso seco do veneno e que já demonstrou ter efeitos anti-virais e anti-bacterianos.
O veneno de abelha até pode parecer uma fonte improvável de compostos que aliviam a inflamação e os problemas na pele, mas é isso mesmo que revelam alguns artigos. Os fins terapêuticos são diversos, principalmente no que toca ao alívio da dor.
Os benefícios do veneno de abelha podem ir muito além do que referimos em cima: em 2009, por exemplo, investigadores da Universidade Washington, em St. Louis, nos Estados Unidos, trabalhavam num método para aplicar veneno das abelhas nas células cancerígenas. Paul Schlesinger, professor de biologia celular e um dos autores dessa investigação publicada no “Journal of Clinical Investigation”, explica: “A melitina tem interessado pesquisadores, pois, em concentrações altas, pode destruir qualquer célula com que entra em contacto, o que faz com que seja um agente anti-bacteriano e anti-fúngico e, potencialmente, um agente contra o cancro”.
Em 2014, o “El País” deu conta de que cientistas do Instituto de Investigação Biomédica de Barcelona tentavam desenvolver um fármaco semelhante ao veneno de abelha (e também de vespa e escorpião) para, quem sabe um dia, ajudar a tratar doenças do cérebro, como alzheimer e esquizofrenia.
Enfim, é um mundo de possibilidades. Uma coisa é certa: os cientistas estão atentos ao papel das abelhas, ao que podem fazer por nós, e desconfiam que essa espécie voadora pode ajudar os humanos em diferentes dimensões. A esperança é infinita, tal como a curiosidade. Na Quinta das Tílias acreditamos que o mundo seria um lugar melhor se a beleza do ser humano vivesse em perfeita comunhão com a beleza da natureza.